sexta-feira, 20 de abril de 2012

Como tudo começou

Percy Jackson é um garoto como tantos outros que não se ajustam aos padrões sociais. Em seis anos ele já frequentou seis escolas, e acredita que isso tenha ocorrido porque tudo de ruim acontece com ele, principalmente durante as excursões escolares, o que então motiva imediatamente sua expulsão da instituição em que se encontra.
O garoto acredita que não pode ser melhor que os outros, nem mesmo tão bom quanto eles, pois seus problemas de dislexia – dificuldades para ler, escrever e soletrar – e de transtorno do déficit de atenção não o permitem. Porém, o único professor com quem ele tem mais afinidade na atual escola – a Academia Yancy, um internato particular de Nova Iorque, exclusivo para crianças consideradas portadoras de problemas -, o Senhor Brunner, mestre de latim, acredita realmente que ele é mais talentoso do que imagina.
Em uma excursão para o Metropolitan Museum of Art, ele descobre inesperadamente que tem poderes desconhecidos, revelados subitamente quando sua colega de escola, Nancy Bobofit, humilha Grover, seu melhor amigo. De repente, sem saber como, ele ingressa em um universo paralelo, no qual seus professores não são mais o que parecem ser.
A Senhora Dodds, mestra de álgebra, que sempre o detestou, despe suas vestes humanas e se revela um ser monstruoso. O professor de latim, que anda sobre uma cadeira de rodas, aparece no cenário do confronto com uma velocidade incalculável e atira para o garoto uma caneta que, surpreendentemente, converte-se em uma espada.
É com esta arma que Jackson atinge a falsa professora, transformando-a em pó com aroma de enxofre. O problema é que, aturdido, achando que tudo foi fruto de sua imaginação, ele sai à procura da Senhora Dodds, e descobre que ela nunca existiu. Será que ele está realmente enlouquecendo, criando uma dimensão paralela para fugir de sua problemática realidade?
É com estes elementos que o autor, Rick Riordan, tece o primeiro volume da série Percy Jackson e os Olimpianos, O Ladrão de Raios, que ocupou durante muito tempo o topo da lista das sagas mais vendidas  no The New York Times. O que mais fascina o público infanto-juvenil, e até mesmo alguns adultos, nesta obra, é a forma como o escritor entretece ancestrais mitos gregos e os enredos que compõem as narrativas de aventuras do nosso século.
Nesta trama deuses e semideuses, como os antológicos heróis da antiga Grécia, estão bem vivos, mas eles normalmente não atingem a fase adulta, pois é desta forma que o destino escreve suas trajetórias. Nos tempos atuais, eles não têm consciência de quem são, e é neste caso que se enquadra o protagonista  desta história.
Isto explica porque as coisas mais estranhas ocorrem com ele, e dá um certo sentido a sua até então insípida existência. De repente o garoto-problema se converte em um herói no estilo das lendas narradas pelos gregos. Ele não é mais um incapaz, rejeitado por todos, mas alguém com uma missão a cumprir, mesmo que esta tarefa coloque sua vida em risco. Quem se importa com isso se, subitamente, conquista um status heróico, ainda que seja em uma realidade alternativa? Com certeza é esta possibilidade que realmente cativa o leitor.

FONTE:www.infoescola.com/livros/o-ladrao-de-raios/

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